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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Filosofia e política: a força do voto




Qual a dimensão filosófica deste momento fortemente marcado pela ocorrência do processo eleitoral? Como a filosofia pode contribuir, nas decisões que temos pela frente?
Buscando responder a essas questões, compartilhamos neste espaço as reflexões elaboradas conjuntamente com os alunos da segunda série do curso de Filosofia da Faculdade Dehoniana, na disciplina Filosofia Política.
Primeiramente, vejamos uma definição de filosofia. Tendo por base as contribuições de Corbisier, entendemos filosofia como uma consciência crítica da totalidade. A ela compete o olhar abrangente, problematizando, questionando o conjunto da realidade. Compreender a realidade constitui marca da racionalidade humana. Queremos entender o que está acontecendo. A ausência de explicações incomoda, causa temor.
Desse modo, ao contrário do que se entende à primeira vista, a filosofia não é mera abstração. Pelo contrário, a reflexão filosófica tem como finalidade o debruçar-se sobre os fundamentos da realidade.
Assim, qual a relação entre a filosofia e a política? Diversas vezes pensamos a filosofia sem nenhuma ligação com a política, porém a compreensão da realidade traz em contrapartida um compromisso com a ordem das coisas. Ao ato de compreender segue uma responsabilidade, e o filósofo é sempre convidado a manifestar-se sobre os acontecimentos do tempo.
É do filósofo estar no mundo, envolver-se com as questões da época, participar do debate, tomar partido. Às vezes, toma distância para ver de forma diferenciada. Silencia, mas não cala. Faz do silêncio sua voz. Isola-se para melhor participar.
Se à filosofia compete refletir os fundamentos da realidade, voltemos agora para as eleições gerais de 2010 e busquemos descortinar as questões de fundo que permeiam a disputa eleitoral. A escolha dos representantes no parlamento (deputados estaduais, federais e senadores) e a dos chefes do executivo (presidente e governador), por meio do voto, constitui um princípio fundamental de uma ordem democrática.
Aquele que governa não tem poder vitalício (cumpre um mandato), tampouco hereditário (é eleito pelo povo). O eleito não tem o poder, mas exerce um poder que lhe foi outorgado pela comunidade. Esta sim, constitui a fonte do poder. E, se aquele que exerce o poder se distancia dos vínculos com a comunidade, ele não é mais um representante legítimo. Nesse caso, cabe à comunidade destituí-lo do poder (impeachment).
Explicitada a comunidade como fonte do poder, que o outorga mediante o voto, um segundo fundamento é que o processo eleitoral coloca em disputa projetos, interesses, visões de sociedade presentes no interior dessa própria comunidade.
No entanto, o poder econômico, a maquiagem produzida pelo marketing e o desconhecimento das propostas em jogo desvirtuam o processo eleitoral. Em decorrência disso, o eleitor vota em um candidato, em uma pessoa, e não dá conta do projeto de sociedade, do modelo de Estado que o candidato vai defender no exercício do mandato.
Olhando para a realidade brasileira, vemos uma sociedade marcada por uma profunda desigualdade social. A construção de uma sociedade justa, de oportunidades iguais, exige um Estado forte, com políticas públicas (educação, saúde, transporte, assistência social) de qualidade e universais (acessíveis a todos os cidadãos).
Finalmente, caro eleitor, ao votarmos em um candidato, votamos antes em uma legenda (13, 43, 45, 50...), que tem uma história, que representa diferentes modelos de políticas públicas. Não votamos apenas em um candidato, mas em uma proposta. Esse jogo de forças entre as diferentes propostas é camuflado na disputa, e as eleições tornam-se um grande espetáculo.
No palco, apresentam-se celebridades: artistas, cantores, jogadores de futebol, políticos históricos e novatos.
Nesse contexto, há que se conclamar:
Façamos o esforço de ir além das aparências e valorizemos a força do voto na construção de uma ordem social pautada na qualidade de vida para todos.
CORBISIER, R. Filosofia política e liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
Prof. Ms. Sílvio Luiz da Costa
Professor da Faculdade Dehoniana e da UNITAU.
Licenciado em Filosofia pela PUC-MG; Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Deus e a Política



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