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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O amor no mundo contemporâneo

O amor no mundo contemporâneo
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Na sociedade contemporânea, fala-se muito sobre sexo e quase nada sobre o amor. Talvez porque o amor, sendo um enigma, não se deixa decifrar, repelindo toda tentativa de classificação ou definição. Ao contrário, a literatura nunca deixou de falar do amor e encontramos na poesia a metáfora como possibilidade de compreensão melhor do amor.

 No entanto, não há como negar que esse vazio conceitual se deva à dificuldade de expressão do amor no mundo contemporâneo. Com o desaparecimento das sociedades tradicionais, cujos cos-tumes envolviam fortes relações entre as pessoas, nos centros urbanos muito populosos criou-se o fenômeno da “multidão solitária”: as pessoas estão lado a lado mas seus contatos dificilmente se aprofundam, tornando-se mais raro o encontro verdadeiro.
Não só as relações entre duas pessoas se acham empobrecidas. O afrouxamento dos laços familiares lançou as pessoas em um mundo onde elas contam apenas consigo mesmas.  Mesmo que sejam válidas as críticas ao autoritarismo da família, esta ainda é o lugar da possibilidade do afeto. Ou, pelo menos, o sair dela não é garantia de ter o vazio de amor preenchido.
 A sociedade em que vivemos é caracterizada como hedonista e permissiva, voltada para o consumo e marcada pelo individualismo narcisista. Ora, a busca de prazer imediato e a recusa em suportar frustrações são comportamentos que não se conciliam com o delicado trabalho de uma relação amorosa, a ser construída ao longo da convivência entremeada pelos paradoxos que já analisamos.
Além disso, no mundo da satisfação imediata, do prazer aqui e agora, o desejo de emoções fortes substitui os amores ternos cuja intensidade passional certamente se atenua com o tempo, pois a paixão é fugaz por natureza. È bem verdade que se o amor se funda no compromisso e as pessoas cada vez mais têm medo da dor, do sofrimento, do risco de perda, o que resulta são as relações superficiais, os “amores breves”.
Do livro Filosofando, de Maria Lúcia de A. Aranha e Maria Helena P. Martins 
Fonte: Blog Filosofia e Vida