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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Texto Sociologia para CHT

A desigualdade social no Brasil

O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a marginalidade, a violência, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.

A desigualdade social não é acidental, e sim produzida por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mão de poucos. Na política, a população é excluída das decisões governamentais.

Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária, que coexistia com o esquema agrário-exportado, sendo o Brasil exportador de matéria prima, as indústrias eram pouquíssimas, mesmo tendo ocorrido, neste período, um verdadeiro “surto industrial”.

A industrialização no Brasil, a partir da década de 30, criou condições para a acumulação capitalista, evidenciado não só pela redefinição do papel estatal quanto a interferência na economia (onde ele passou a criar as condições para a industrialização) mas também pela implantação de indústrias voltadas para a produção de máquinas, equipamentos, etc.

A política econômica, estando em prática, não se voltava para a criação, e sim para o desenvolvimento dos setores de produção, que economizam mão-de-obra. Resultado: desemprego.

Desenvolvimento e pobreza

O subdesenvolvimento latino-americano tornou-se pauta de discussões na década de 50. As proposta que surgiram naquele momento tinham como pano de fundo o quadro de miséria e desigualdade social que precisava ser alterado.

A Cepal (Comissão econômica para a América Latina, criada nessa decada) acreditava que o aprofundamento industrial e algumas reformas sociais criariam condições econômicas para acabar com o subdesenvolvimento.

Acreditava também que o aprofundamento da industrialização inverteria o quadro de pobreza da população. Uma de suas metas era criar meios de inserir esse contingente populacional no mercado consumidor. Contrapunha o desenvolvimento ao subdesenvolvimento e imaginava romper com este último por maio de industrialização e reformas sociais. Mas não foi isso o que realmente aconteceu, pois houve um predomínio de grandes grupos econômicos, um tipo de produção voltado para o atendimento de uma estrita faixa da população e o uso de máquinas que economizavam mão-de-obra.

De fato, o Brasil conseguiu um maior grau de industrialização, mas o subdesenvolvimento não acabou, pois esse processo gerou uma acumulação das riquezas nas mãos da minoria, o que não resolveu os problemas sociais, e muito menos acabou com a pobreza.

As desigualdades sociais são enormes, e os custos que a maioria da população tem de pagar são muito altos. Com isso a concentração da renda tornou-se extremamente perceptível, bastando apenas conversar com as pessoas nas ruas para nota-la.

Do ponto de vista político esse processo só favoreceu alguns setores, e não levou em conta os reais problemas da população brasileira: moradia, educação, saúde, etc. A pobreza do povo brasileiro aumentou assustadoramente, e a população pobre tornou-se mais miserável ainda.

A pobreza absoluta

Quando se fala em desigualdade social e pobreza no Brasil, não se trata de centenas de pessoas, mas em milhões que vivem na pobreza absoluta. Essas pessoas sobrevivem apenas com 1/4 de salário mínimo no máximo!

A pobreza absoluta apresenta-se maior nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para se ter uma idéia, o Nordeste, em 1988, apresentava o maior índice (58,8%) ou seja, 23776300 pessoas viviam na pobreza absoluta.

Em 1988, o IBGE detectou, através da Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios, que 29,1% da população ativa do Brasil ganhava até l salário mínimo, e 23,7% recebia mensalmente de l a 2 salários mínimos. Pode-se concluir que 52,8% da população ativa recebe até 2 salários mínimos mensais.

Com esses dados, fica evidente que a mais da metade da população brasileira não tem recursos para a sobrevivência básica. Além dessas pessoas, tem-se que recordar que o contingente de desempregados também é muito elevado no Brasil, que vivem em piores condições piores que as desses assalariados.

As condições de miserabilidade da população estão ligadas aos péssimos salários pagos.

A extrema desigualdade social

Observou-se anteriormente que mais de 50% da população ativa brasileira ganha até 2 salários mínimos. Os índices apontados visam chamar a atenção sobre os indivíduos miseráveis no Brasil.

Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica. O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas.

Além dos elementos já apontados, é importante destacar que a reprodução do capital, o desenvolvimento de alguns setores e a pouca organização dos sindicatos para tentar reivindicar melhores salários, são pontos esclarecedores da geração de desigualdade social.

Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos, prova o quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da poppulação.

Geraldo Muller, no livro Introdução à economia mundial contemporânea, mostra como a concentração de capital, combinado com a mmiserabilidade, é responsável pelo surgimento de um novo bloco econômico, onde estão Brasil, México, Coréia do Sul, Äfrica do Sul, são os chamados “países subdesenvolvidos industrializados”, em que ocorre uma boa industrialização e um quadro do enormes problemas sociais.

O setor informal é outro fator indicador de condições de reprodução capitalista no Brasil. Os camelôs, vendedores ambulantes, marreteiros, etc, são trabalhadores que não estão juridicamente regulamentados, mas que revelam a especificidade e desigualdade da economia brasileira e de seu desenvolvimento industrial.

Bibliografia: TOMAZI, Nelson Dácio. Iniciação a Sociologia. SP, atual; 1993

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Texto Filosofia para CHT - Filosofia Contemporânea

Filosofia Contemporânea
Fenomenologia, existencialismo

O mundo em que vivemos, das telecomunicações, da internet, dos programas espaciais, da física quântica, ou da medicina de alta tecnologia parece não ter lugar para a filosofia. Onde está a filosofia? O filósofo Bertrand Russel pensou nessa questão:A filosofia, como todos os outros estudos, visa em primeiro lugar ao conhecimento. O conhecimento a que ela aspira é o tipo de conhecimento que dá unidade e sistematiza o corpo das ciências, e que resulta de um exame crítico dos fundamentos de nossas convicções, preconceitos e crenças.
Isso mesmo.
Essa é uma das definições de filosofia: ela é uma disciplina que estuda os fundamentos de nossas convicções. No entanto, enquanto as ciências estabelecem um corpo sólido de conhecimentos e verdades a partir do qual passam a se desenvolver, a filosofia não alcança os mesmos resultados. Ela não dá respostas definitivas a nenhuma questão. E agora? O próprio Bertrand Russel matou a charada:
Isto se deve em parte ao fato de que, assim que o conhecimento definitivo a respeito de qualquer assunto torna-se possível, esse assunto deixa de ser chamado de filosofia, e torna-se uma ciência independente. O estudo total dos céus, que agora pertence à astronomia, foi um dia incluído na filosofia; a grande obra de Newton chamava-se ‘princípios matemáticos de filosofia natural’.

Do mesmo modo, o estudo da mente humana, que fazia parte da filosofia, agora foi separado da filosofia e tornou-se a ciência da psicologia. Assim, em grande medida, a incerteza da filosofia é mais aparente que real: as questões que são capazes de ter respostas definitivas são abrigadas nas ciências, enquanto aquelas para as quais, até o presente, não podem ser dadas respostas definitivas, continuam a formar o resíduo que é chamado de filosofia.

Estamos mergulhados num mundo que não cessa de colocar novas questões para a filosofia. Por isso mesmo, não é fácil reconhecer o que é a filosofia contemporânea. Estamos perto demais. Percebemos a filosofia do passado com mais clareza e mais coesão do que percebemos a filosofia que se faz hoje.
Mas vamos lá! Chamamos de filosofia contemporânea aquela que teve início no século 19, atravessou o século 20 e chegou até os dias de hoje.
A filosofia contemporânea fundamenta-se em alguns conceitos que foram elaborados no século 19. Um desses conceitos é o conceito de história, que foi formulado pelo filósofo G.W.F. Hegel. A filosofia de Hegel relaciona-se com as idéias de totalidade e de processo. Passamos a entender o homem como um ser histórico, assim como a sociedade.
Uma das conseqüências dessa percepção é a idéia de progresso. O filósofo Auguste Comte foi um dos principais teóricos a pensar essa questão. Tanto a razão quanto o saber científico caminham na direção do desenvolvimento do homem (o lema da bandeira brasileira, ordem e progresso, é inspirado nas idéias de Comte).
As utopias políticas elaboradas no século 19, como o anarquismo, o socialismo e o comunismo, também devem muito à idéia de desenvolvimento e progresso, como caminho para uma sociedade justa e feliz.
Progresso descontínuo
A idéia de que a história fosse um movimento contínuo e progressivo em direção ao aperfeiçoamento sofreu duras restrições durante o século 20.
No século 20, porém, formou-se a noção de que o progresso é descontínuo, isto é, não se faz por etapas sucessivas. Desse modo, a história universal não é um conjunto de várias civilizações em etapas diferentes de desenvolvimento. Cada sociedade tem sua própria história. Cada cultura tem seus próprios valores.
Essa visão de mundo possibilitou o desenvolvimento de várias ciências como a etnologia, a antropologia e as ciências sociais.
Ciência e técnica
A confiança no saber científico foi outra das atitudes filosóficas que se desenvolveram no século 19. Essa atitude implica que a natureza pode ser controlada pela ciência e pela técnica. Mas não apenas isso, o desenvolvimento da ciência e da técnica passa a ser capaz de levar ao progresso vários aspectos da vida humana. Surgiram disciplinas como a psicologia, a sociologia e a pedagogia.
No século 20, a filosofia passou a colocar em cheque o alcance desses conhecimentos. Essas ciências podem não conseguir abranger a totalidade dos fenômenos que estudam. E também muitas vezes não conseguem fundamentar e validar suas próprias descobertas.
triunfo da razão
A idéia de que a razão, ciência e o conhecimento são capazes de dar conta de todos os aspectos da vida humana também foi pensada criticamente por dois grandes filósofos: Karl Marx e Sigmund Freud.
No campo político, Marx tornou relativa a idéia de uma razão livre e autônoma ao formular a noção de ideologia - o poder social e invisível que nos faz pensar como pensamos e agir como agimos.
No campo da psique, Freud abalou o edifício das ciências psicológicas ao descobrir a noção de inconsciente - como poder que atua sem o controle da consciência.
Teoria crítica
A idéia de progresso humano como percurso racional sofreu um duro golpe com a ascensão dos regimes totalitários, como o nazismo, o fascismo e o stalinismo. O desencanto tomou o lugar da confiança que existia anteriormente na idéia de uma razão triunfante.
Para fazer face a essa realidade, um grupo de intelectuais alemães elaborou uma teoria que ficou conhecida como teoria crítica. Um dos principais filósofos desse grupo é Max Horkheimer. Ele pensou que as transformações na sociedade, na política e na cultura só podem se processar se tiverem como fim a emancipação do homem e não o domínio técnico e científico sobre a natureza e a sociedade.
Esse pensamento distingue a razão instrumental da razão crítica. O que seria a razão instrumental? Aquela que transforma as ciências e as técnicas num meio de intimidação do homem, e não de libertação. E a razão crítica? É a que estuda os limites e os riscos da aplicação da razão instrumental.
Existencialismo
filósofo Jean-Paul Sartre também pensou as questões do homem frente à liberdade e ao seu compromisso com a história. Utilizando também as contribuições do marxismo e da psicanálise, o filósofo elaborou um pensamento sistemático que põe em relevo a noção de existência em lugar da essência.
Fenomenologia
estudo da linguagem científica, dos fundamentos e dos métodos das ciências tornou-se um foco de atenção importante para a filosofia contemporânea. O filósofo Edmund Husserl propôs à filosofia a tarefa de estudar as possibilidades e os limites do próprio conhecimento. Husserl desenvolveu uma teoria chamada fenomenologia.
Filosofia analítica
As formas e os modos de funcionamento da linguagem foram estudados pelo filósofo Ludwig Wittgenstein. A filosofia analítica é uma disciplina que se vale da análise lógica como método e entende a linguagem como objeto da filosofia. Bertrand Russel e Quine também estudaram os problemas lógicos das ciências, a partir da linguagem científica.
Embora tenha se desdobrado em disciplinas especializadas, a filosofia ainda é - como sempre foi - uma atitude filosófica.
Assim que começamos a filosofar achamos que mesmo as coisas mais cotidianas levam a problemas para os quais só podem ser dadas respostas muito incompletas. A filosofia, embora incapaz de nos dizer com certeza quais são as respostas verdadeiras às dúvidas que ela suscita, está apta a sugerir muitas possibilidades que ampliam nossos pensamentos e os libertam da tirania do hábito. Assim, embora diminuindo nosso sentimento de certeza a respeito do que as coisas são, ela aumenta enormemente nosso conhecimento em direção ao que as coisas podem ser.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Atividade Filosofia

A homossexualidade é contra a natureza?

Os fatos: O que era antes considerado um vício ou uma doença é cada vez mais admitido. Mas as pessoas de um mesmo sexo deveriam poder se casar legalmente? Serem autorizados para adotar filhos?


O problema filosófico: É possível que o amor não tenha nenhuma ligação, mesmo inconsciente, com o desejo de procriar que está na sua origem natural?
Argumentos presentes:


TESE A:
O desejo humano está livre de qualquer modelo e a homossexualidade não deveria ser julgada a partir de critérios de natureza. Os seres humanos são livres para amar independentemente das necessidades de procriação. O indivíduo não está a serviço da reprodução da espécie. Deve-se julgar uma relação de amor ou de desejo entre duas pessoas da mesma forma, sejam elas de sexo oposto ou não.


TESE B: A homossexualidade não é somente contra a natureza, mas é sobretudo contra a cultura que é a segunda natureza do homem. O sexo existe para a procriação, portanto, o sexo apenas como forma de prazer é contra a própria natureza do ser humano, já que casais homossexuais não têm como procriar. Culturalmente o objetivo do ser humano é procurar a diferença e não o que é igual, já que são as diferenças que nos enriquecem.


ATIVIDADE EM GRUPO:


O que o grupo concorda ou discorda da TESE A.
O que o grupo concorda ou discorda da TESE B.
Responder fazendo uma conclusão com relação à pergunta colocada no tópico: O problema filosófico. Justifiquem a resposta.

 

Fonte: http://filoatividades.blogspot.com/

Atividade Sociologia

A Desigualdade Social


As desigualdades sociais têm uma origem natural ou social?


Os fatos:
A desigualdade social reina desde sempre entre os homens: a desigualdade de riquezas, de poder e prestígio. Hoje, o acesso ao poder é cada vez mais determinado pela inteligência do indivíduo. As sociedades democráticas tratam de oferecer a cada um oportunidades iguais para ter sucesso na vida, em particular por meio dos estudos obrigatórios. E no entanto, as desigualdades persistem.


O problema filosófico: O sucesso social desigual dos indivíduos é explicável pelas diferenças genéticas ou sociais? É possível se provar que pelas diferenças de aptidão e de motivações que se constata na escola deve-se mais a fatores inatos e biológicos ou deve-se mais a fatores adquiridos, e de ambiente social e cultural?

Os argumentos presentes:


TESE A: OS DONS DE CADA UM SÃO INERENTES.


Levando-se em conta que as oportunidades são iguais para todos, aqueles que têm menos sucesso, simplesmente estão menos armados pela natureza. Logo, é inútil que se estimulem os menos dotados a mirar mais alto que suas aptidões e ambições, nem de bradar contra a injustiça posto que a natureza adaptou os indivíduos às diferentes tarefas da vida social.
1. O caráter – Desde o nascimento, cada ser humano possui o seu caráter e o seu temperamento.
2. Os gêmeos – Alguns afirmam que os gêmeos criados separados e mergulhados em meios diferentes têm um sucesso idêntico.
3. Os dons – Ser brilhante em matemática ou em criação artística é uma questão de dons.
4. Ambição – Por caráter, nem todo mundo quer subir socialmente pois muitos não se sentem feitos para comandar e para se angustiar.


TESE B: O MEIO AFETIVO, SOCIAL E CULTURAL É DETERMINANTE.


Estatisticamente está provado que os meios socioculturais se reproduzem porque eles transmitem para as novas gerações os seus recursos, suas ambições e seus limites. Quaisquer que sejam as predisposições genéticas individuais, o desenvolvimento pleno de suas possibilidades depende do meio social e da história de cada indivíduo.
1. A motivação do meio – Os dons são iguais no início, mas eles são inibidos ou favorecidos segundo o ambiente.
2. O estímulo do meio – Frequentemente as crianças possuem dons no domínio em que seus pais fizeram sucesso: o pai de Mozart era professor de música, o pai de Picasso era professor de desenho.
3. A imitação – As crianças seguem modelos dos pais por identificação e imitação e não por hereditariedade biológica.
4. A herança – O meio de origem transmite ou ignora as regras do jogo e os códigos, a começar pela linguagem e o gosto pela arte.
5. Nos dois sentidos – Um meio modesto pode querer insuflar grandes ambições nas suas crianças ou um modelo excessivamente exigente pode provocar uma reação de rejeição a seus valores.
6. As ambições e os meios – O meio de origem transmite ao mesmo tempo certas ambições e certos limites segundo o que é aí valorizado.


ATIVIDADE EM GRUPO:


1. O que o grupo concorda ou discorda da TESE A.
2. O que o grupo concorda ou discorda da TESE B.
3. Responder fazendo uma conclusão com relação à pergunta colocada no tópico: O problema filosófico. Justifiquem a resposta.

 

Fonte: http://filoatividades.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Karl Marx

05/05/1818, Trier (Alemanha)
14/03/1883, Londres (Inglaterra)

Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim, mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como jornalista em Colônia, assinando artigos social-democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país.
Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich - um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou a ter mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.
Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westphalen), foi morar em Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão principal dos hegelianos de esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a vida.
Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. Nesta época, redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Depois, contra os adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia alemã" (texto publicado após a sua morte).
Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o economista intensificou os contatos com operários e participou de organizações clandestinas. Em 1848, Marx e Engels publicaram o "Manifesto do Partido Comunista", o primeiro esboço da teoria revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista.
Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem Estado. No mesmo ano, foi expulso da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde lançou a "Nova Gazeta Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos operários.
Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na miséria. Foi na capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de história e passou a escrever artigos para jornais dos Estados Unidos sobre política exterior.
Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", que mais tarde receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais tarde, publica o primeiro volume de sua obra-prima, "O Capital".
Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o mundo, Karl Marx participou ativamente da definição dos programas de partidos operários alemães. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em 1885 e 1894.
Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março de 1883. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada por Marx para atualizar "O Capital".
Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e políticas transformou as nações e criou blocos hegemônicos. Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme influência sobre a história.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Nobel da Paz

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O ativista chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010, conforme anunciado em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (8). Liu, um ex-professor de literatura, é o primeiro cidadão chinês a receber o prêmio. Ele passou os últimos 20 anos entrando e saindo das prisões chinesas por defender reformas democráticas.

Liu, de 54 anos, foi detido pela primeira vez após os célebres protestos do movimento estudantil na praça da Paz Celestial, em Pequim, em junho de 1989, violentamente reprimidos pelo governo.

Liu foi preso novamente em 2008 por ter sido um dos 10 mil signatários da Carta 08, petição formulada para exigir reformas políticas no regime comunista chinês.

Em dezembro de 2009, o dissidente foi condenado a 11 anos de prisão por "subversão", em um julgamento que gerou uma onda de protestos por todo o mundo.

Ao anunciar o prêmio, o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que a China, segunda maior economia mundial, deveria assumir "mais responsabilidades" devido a seu cada vez mais importante papel no cenário internacional.

Dissidente chinês se mostra "emocionado" com Prêmio Nobel da Paz para colega

Liu receberá o prêmio "por seu longo trabalho não violento em favor dos direitos humanos na China", assinalou o Instituto. "O comitê Nobel deliberou largamente antes de tomar esta decisão que relaciona os direitos humanos e a paz".

"Nas últimas duas décadas, Liu Xiaobo foi um grande porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China", acrescentou a instituição.

Pequim já havia antecipado que Liu Xiaobo poderia ganhar o prêmio e fez críticas àpossível escolha, pois ela chama a atenção para a delicada situação dos direitos humanos no país.

Prêmio

O Prêmio Nobel da Paz é tradicionalmente entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.

Vencedores do Nobel da Paz desde 2000

ANO
VENCEDOR
PAIS

2010
Liu Xiaobo
China

2009
Barack Obama
EUA

2008
Martti Ahtisaari
Finlândia

2007
Al Gore (Estados Unidos) e o painel da ONU sobre a mudança climática (Painel Intergovernamental para Mudança Climática, IPCC)
EUA

2006
Muhammad Yunus e o Banco Grameen de microcréditos
Bangladesh

2005
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e seu diretor Mohamed ElBaradei (Egito)

2004
Wangari Maathai
Quênia

2003
Shirin Ebadi
Irã

2002
Jimmy Carter
EUA

2001
Organização das Nações Unidas (ONU) e seu secretário-geral Kofi Annan (Gana)

2000
Kim Dae Jung
Coreia do Sul

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O Prêmio Nobel da Paz é atribuído todos os anos pelo Comitê Nobel da Noruega, composto por cinco pessoas indicadas pelo Parlamento norueguês. A composição do comitê reflete a relação de forças entre os partidos políticos no parlamento, e conta com o auxílio de consultores técnicos especialmente designados.

O Nobel é um dos cinco prêmios criados pelo sueco Alfred Nobel (1833-1896), o inventor da dinamite. Detentor de mais de 350 patentes, se tornou milionário em consequência de suas descobertas na área de explosivos. Nobel deixou, em seu testamento, um pedido: a criação de uma fundação para financiar, todos os anos, cinco prêmios internacionais.

O testamento de Nobel também relacionava as categorias da premiação: física, química, medicina, literatura e paz (destinado às pessoas que mais se empenhassem para levar a paz a todos os países). Na década de 60, foi adicionado o prêmio para economia.

As indicações ao prêmio Nobel da Paz podem ser feitas por parlamentares, ministros governantes, acadêmicos, integrantes de organizações internacionais e ganhadores de anos anteriores. De acordo com as regras dos comitês, as indicações são mantidas em sigilo por 50 anos, mas alguns nomes acabam vazando.

De acordo com o calendário do prêmio, em setembro, o comitê envia convites a pessoas consideradas qualificadas para fazer indicações para o prêmio do ano seguinte. Fevereiro é o prazo máximo para o comitê receber as indicações, que ficam por volta de 200, com muitas cartas indicando as mesmas pessoas. Entre fevereiro e março, o comitê elabora uma lista mais curta de indicados.

Até agosto, a lista é constantemente revisada por consultores permanentes do prêmio e outros contratados por conhecerem o perfil de candidatos específicos. Em outubro, o ganhador do Nobel da Paz é escolhido e tem seu nome anunciado.

A cerimônia de entrega do prêmio ocorre em dezembro, em Oslo, capital da Noruega. O laureado recebe uma medalha com o busto de Nobel, um diploma e uma soma de dinheiro. No ano passado, o presidente dos EUA, Barack Obama, escolhido  Nobel da Paz, recebeu 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhões).

Veja algumas curiosidades sobre o Prêmio Nobel da Paz

Os primeiros ganhadores do Nobel da Paz foram o suíço Jean Henry Dunant e o francês Frédéric Passy, no ano de 1901. Dunant foi o fundador do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Passy foi fundador da Sociedade Francesa de Arbitragem entre as Nações

A Oceania é o único continente a nunca ter tido um ganhador do Nobel da Paz

Apenas 12 mulheres foram laureadas até hoje em toda a história do prêmio

Houve apenas um caso de recusa do prêmio, envolvendo o líder norte-vietnamita Le Duc Tho, indicado junto com o secretário de Estado americano, Henry A. Kissinger, por seu empenho em negociar um cessar-fogo entre EUA e Vietnã. Ele recusou o prêmio pois ainda não havia chegado a um acordo de paz com os EUA

Uma das polêmicas em torno do Nobel da Paz é nunca ter sido concedido a Mohandas Gandhi, apesar do reconhecimento do líder indiano como um dos principais pacifistas do século 20. Gandhi foi indicado cinco vezes

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha recebeu o prêmio três vezes, o que faz da entidade a maior colecionadora de Nobel da Paz

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Filosofia e política: a força do voto




Qual a dimensão filosófica deste momento fortemente marcado pela ocorrência do processo eleitoral? Como a filosofia pode contribuir, nas decisões que temos pela frente?
Buscando responder a essas questões, compartilhamos neste espaço as reflexões elaboradas conjuntamente com os alunos da segunda série do curso de Filosofia da Faculdade Dehoniana, na disciplina Filosofia Política.
Primeiramente, vejamos uma definição de filosofia. Tendo por base as contribuições de Corbisier, entendemos filosofia como uma consciência crítica da totalidade. A ela compete o olhar abrangente, problematizando, questionando o conjunto da realidade. Compreender a realidade constitui marca da racionalidade humana. Queremos entender o que está acontecendo. A ausência de explicações incomoda, causa temor.
Desse modo, ao contrário do que se entende à primeira vista, a filosofia não é mera abstração. Pelo contrário, a reflexão filosófica tem como finalidade o debruçar-se sobre os fundamentos da realidade.
Assim, qual a relação entre a filosofia e a política? Diversas vezes pensamos a filosofia sem nenhuma ligação com a política, porém a compreensão da realidade traz em contrapartida um compromisso com a ordem das coisas. Ao ato de compreender segue uma responsabilidade, e o filósofo é sempre convidado a manifestar-se sobre os acontecimentos do tempo.
É do filósofo estar no mundo, envolver-se com as questões da época, participar do debate, tomar partido. Às vezes, toma distância para ver de forma diferenciada. Silencia, mas não cala. Faz do silêncio sua voz. Isola-se para melhor participar.
Se à filosofia compete refletir os fundamentos da realidade, voltemos agora para as eleições gerais de 2010 e busquemos descortinar as questões de fundo que permeiam a disputa eleitoral. A escolha dos representantes no parlamento (deputados estaduais, federais e senadores) e a dos chefes do executivo (presidente e governador), por meio do voto, constitui um princípio fundamental de uma ordem democrática.
Aquele que governa não tem poder vitalício (cumpre um mandato), tampouco hereditário (é eleito pelo povo). O eleito não tem o poder, mas exerce um poder que lhe foi outorgado pela comunidade. Esta sim, constitui a fonte do poder. E, se aquele que exerce o poder se distancia dos vínculos com a comunidade, ele não é mais um representante legítimo. Nesse caso, cabe à comunidade destituí-lo do poder (impeachment).
Explicitada a comunidade como fonte do poder, que o outorga mediante o voto, um segundo fundamento é que o processo eleitoral coloca em disputa projetos, interesses, visões de sociedade presentes no interior dessa própria comunidade.
No entanto, o poder econômico, a maquiagem produzida pelo marketing e o desconhecimento das propostas em jogo desvirtuam o processo eleitoral. Em decorrência disso, o eleitor vota em um candidato, em uma pessoa, e não dá conta do projeto de sociedade, do modelo de Estado que o candidato vai defender no exercício do mandato.
Olhando para a realidade brasileira, vemos uma sociedade marcada por uma profunda desigualdade social. A construção de uma sociedade justa, de oportunidades iguais, exige um Estado forte, com políticas públicas (educação, saúde, transporte, assistência social) de qualidade e universais (acessíveis a todos os cidadãos).
Finalmente, caro eleitor, ao votarmos em um candidato, votamos antes em uma legenda (13, 43, 45, 50...), que tem uma história, que representa diferentes modelos de políticas públicas. Não votamos apenas em um candidato, mas em uma proposta. Esse jogo de forças entre as diferentes propostas é camuflado na disputa, e as eleições tornam-se um grande espetáculo.
No palco, apresentam-se celebridades: artistas, cantores, jogadores de futebol, políticos históricos e novatos.
Nesse contexto, há que se conclamar:
Façamos o esforço de ir além das aparências e valorizemos a força do voto na construção de uma ordem social pautada na qualidade de vida para todos.
CORBISIER, R. Filosofia política e liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
Prof. Ms. Sílvio Luiz da Costa
Professor da Faculdade Dehoniana e da UNITAU.
Licenciado em Filosofia pela PUC-MG; Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Deus e a Política



Faça um comentário sobre as campanhas que eventualmente você tem acompanhado ou visto.
Encaminhe seu comentário para o e-mail: felipemacintosh@gmail.com

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O que é Mitologia? Que tal Percy Jackson?

Mitologia é uma maneira de explicar o mundo, por meio de narrativas míticas, possuindo dentre outras funções, afugentar nossos medos, sejam dos fenômenos naturais, como em séculos distantes, como também da violêcia, nos dias atuais. O recurso utilizado está “fora do ser humano”, já que é com a ajuda de deuses e entes sobrenaturais que passamos a entender o mundo que nos cerca e a nós mesmos.



Baseado no primeiro de uma série de romances de sucesso, PERCY JACKSON – O LADRÃO DE RAIOS é ambientado no mundo atual, onde os doze deuses do Olimpo (instalados 600 andares acima do planeta, no edifício Empire State Building, em Nova York) estão vivos e criando uma nova raça de jovens heróis mitológicos que são semideuses – metade mortais, metade imortais. Zeus suspeita que Percy, filho adolescente de Poseidon, tenha roubado seu raio, a arma mais poderosa do universo. Para provar sua inocência e evitar uma guerra devastadora entre os deuses, Percy embarca numa odisséia transcontinental com o objetivo de encontrar o verdadeiro ladrão. Ao longo do caminho, ele enfrenta inimigos cruéis decididos a detê-lo, e salva sua mãe das garras assassinas de outro deus grego, Hades.




Fonte: http://blogfilosofiaevida.com/

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CULTURA - QUANTOS PERSONAGENS VOCÊ CONHECE?

A cultura como tudo no mundo não tem uma definição estática. A cultura na Grécia Antiga era muito ligada à filosofia e consistia em saber discorrer sobre determinado tema através do auto questionamento até achar em si mesmo a resposta a suas dúvidas. Após a Revolução Industrial, cultura tornou-se conhecimento enciclopédico devido à necessidade do trabalho repetitivo nas linhas de produção. Quantos de nós não estudamos decorando toneladas de nomes, datas, fatos históricos, dados, fórmulas, etc. Hoje cultura adquire uma nova visão, onde o indivíduo busca soluções utilizando informações que ele seleciona com essa finalidade. Sua capacidade de encontrar soluções , respostas, etc, utilizando um arsenal de informações que ele tem que saber selecionar e melhor adaptá-las ao problema em questão. Isso em função da facilidade que se tem de obter informação via Internet.
Acredito que cultura seja uma somatória de tudo isso. Necessitamos da capacidade de análise e autocrítica , como necessitamos de um pouco de conhecimento geral e também precisamos dessa capacidade de selecionar e escolher informações para achar soluções aos nossos desafios diários.
Há tempos que vem surgindo na Internet uma imagem onde aparecem pintados os personagens que mais tem influenciado na História Mundial. É um trabalho muito interessante que reúne, sem exceção as maiores celebridades da história. A grande maioria deles, no entanto, são hoje desconhecidos para as novas gerações por uma série de fatores como a péssima qualidade da educação, etc.
Clique na imagem para ampliar e descubra quantos você reconhece. Se a ampliação não for suficiente, salve a imagem e amplie no seu computador.





Faça o mesmo com a segunda imagem, onde graças ao Photoshop foi possível dar à pintura um outro ar, com personagens de maior atualidade e que tem influído e alguns ainda influem, por sorte ou desgraça, as gerações atuais.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Filosofia Moderna

A razão: do Renascimento ao Iluminismo


No período do Renascimento (séculos 15 e 16), o mundo assistiu a profundas transformações no campo da política, da economia, das artes e das ciências. O Renascimento retomou valores da cultura clássica (representada pelos autores gregos e latinos), como a autonomia de pensamento e o uso individual da razão, em oposição aos valores medievais, como o domínio da fé e a autoridade da Igreja.
No campo político, o principal autor do Renascimento foi Maquiavel, autor de "O Príncipe". Maquiavel elaborou uma teoria política fundamentada na prática e na experiência concreta. Durante o período medieval, o poder político era concebido como presente divino e os teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras sagradas e no direito romano.
Uma outra obra representativa desse momento filosófico é o "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdã. Ao elaborar uma obra ao mesmo tempo literária e filosófica, Erasmo usa a palavra para afirmar valores humanos e denunciar a hipocrisia, ridicularizando papas, filósofos ou príncipes. As mudanças dessa época de crise prepararam o caminho para o despontar do racionalismo clássico.

Racionalismo clássico
O século 17 foi um dos períodos mais fecundos para a história da filosofia. Marcado pelo absolutismo monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e pela Contra-Reforma (reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do protestantismo), essa época acolheu as grandes criações do espírito científico, como as teorias de Galileu Galilei e o experimentalismo de Francis Bacon.
Recusando a autoridade dos filósofos que o antecederam, René Descartes foi o maior expoente do chamado "racionalismo clássico" - uma época que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como Blaise Pascal, Thomas Hobbes, Baruch Espinoza, John Locke e Isaac Newton.
Embora sempre tenha sido objeto da reflexão dos filósofos, o problema do conhecimento tornou-se mais agudo a partir do século 17. Com os filósofos modernos (em oposição aos filósofos medievais e os da Antiguidade), a teoria do conhecimento tornou-se uma disciplina filosófica independente. O pensamento passou a voltar-se para si mesmo. O pensamento (sujeito do conhecimento) passou a ser também o seu objeto. Em outras palavras: o homem começou a pensar nas suas próprias maneiras de pensar e entender o mundo.

Racionalismo e empirismo
Os filósofos formularam basicamente duas respostas diferentes para a questão do conhecimento - o racionalismo e o empirismo.
Para os racionalistas, como René Descartes, o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual. A experiência sensível precisa ser separada do conhecimento verdadeiro. A fonte do conhecimento é a razão.
Para os empiristas, como John Locke e David Hume, o conhecimento se realiza por graus contínuos, desde a sensação até atingir as idéias. A fonte do conhecimento é a experiência sensível.

O iluminismo
No século 18, a razão é vista também como guia para a discussão do problema moral (o problema da ação humana) e o filósofo é entendido como aquele que faz uso público da razão, ao usar sua liberdade de pensar diante de um público letrado.
Immanuel Kant foi um filósofo de grande reputação, um dos maiores pensadores da filosofia do Iluminismo (movimento cultural do século 17 e 18, caracterizado pela valorização da razão como instrumento para alcançar o conhecimento).
Como autêntico representante da filosofia do século 18, era defensor incondicional do papel da razão no progresso do homem. Ao buscar fundamentar na razão os princípios gerais da ação humana, Kant elaborou as bases de toda a ética que viria a seguir. A formulação do famoso "imperativo categórico" guiou seu pensamento no campo da moral e dos costumes. Kant criou duas obras magistrais, a "Crítica da Razão Pura"(1781) e "Crítica da Razão Prática" (1788).
O Iluminismo foi também a filosofia que norteou a Revolução Francesa, e teve em filósofos como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot seus grandes expoentes.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pré Socraticos



















Os primeiros filósofos gregos dedicaram-se ao problema de determinar qual era o princípio material de que era constituída a natureza ordem. Foram chamados de naturalistas, pois procuravam responder a questões do tipo: O que é a natureza ou qual o fundamento ultimo das coisas? Foram considerados como pessoas desprendidas das preocupações materiais do dia a dia e que se dedicavam apaixonadamente à contemplação da natureza. Tinham então como principal objectivo viverem para contemplarem a natureza. Foram simultaneamente poetas e profetas, quer se trate de Anaximandro, de Parménides, de Heraclito ou de Empédocles. Para estes Filósofos a aparência era manifestação do ser, que o aparecer era o desabrochar em plena luz do ser que se mostrava, e era por isso que ser e aparecer estavam tão intimamente ligados, pois o aparecer nunca tinha cortado a sua ligação com o ser. Se estes Filósofos tinham então como preocupação fundamental a natureza, Sócrates por seu lado interessava-se mais pelos problemas do ser humano e da sociedade, pois considerava que explicar a origem e a verdade das coisas através de objectos materiais era absurdo. Sócrates passou uma vida a ridicularizar aqueles que pensavam saber qualquer coisa que não fosse de natureza espiritual.


Tales de Mileto

Ele é o primeiro Filosofo Ocidental de que se tem noticia.
Ele é o marco (inicio) da filosofia Antiga.
Nasceu na Mileto, antiga colonia grega e atual Turquia por volta de 624 ou 625 a.C e faleceu 556 ou 558 a.C.
Ele é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga e fundador da escola Jônica.
Tales considerava a água como sendo a origem de todas as coisas. E seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único" para essa natureza primordial.
Entre os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação.
No Naturalismo esboçou o que podemos citar como os primeiros passos do pensamento Teórico evolucionista: "O mundo evoluiu da água por processos naturais", aproximadamente 2460 anos antes de Charles Darwin. Sendo seguido por Empédocles de Agrigento na mesma linha de pensamento evolutivo: "Sobrevive aquele que está melhor capacitado".
Foi o primeiro a explicar o eclipse solar ao ver que a lua era iluminada por este astro alem de prever o primeiro eclipse solar no ano de 585 a.C no dia 28 de maio, data em que Aristóteles cita como o começo da Filosofia.
Se Tales aparece como o iniciador da filosofia, é porque seu esforço em buscar o principio único da explicação do mundo não só constituiu o ideal da filosofia como também forneceu impulso para o próprio desenvolvimento dela.
A tendência do filósofo em buscar a verdade da vida na natureza o levou também a algumas experiências com magnetismo que naquele tempo só existiam como curiosa atração por objetos de ferro por um tipo de rocha meteórica achado na cidade de Magnésia, de onde o nome deriva.
Tudo o que hoje conhecemos de Tales de Mileto foi trazido por Aristóteles.



Anaximandro de Mileto
Anaximandro de Mileto, geógrafo, matemático, astrônomo e político, discípulo e sucessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como princípio universal uma substância indefinida, o apeíron (ilimitado), isto é, quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada. Deste apeíron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Supõe também a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens. Anaximandro imagina a terra como um disco suspenso no ar. Eterno, o apeíron está em constante movimento, e disto resulta uma série de pares opostos - água e fogo, frio e calor, etc. - que constituem o mundo. O apeíron é assim algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza. Com essa concepção, Anaximandro prossegue na mesma via de Tales, porém dando um passo a mais na direção da independência do "princípio" em relação às coisas particulares. Para ele, o princípio da "physis" (natureza) é o apeíron (ilimitado). Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do gnômon (relógio de sol) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega). Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico total. Diz-se também, que preveniu o povo de Esparta de um terremoto. Anaximandro julga que o elemento primordial seria o indeterminado (apeíron), infinito e em movimento perpétuo.

Anaxímenes de Mileto
Segundo Anaxímenes, a arkhé (comando) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o apeíron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse único elemento. Atribuindo vida à matéria e identificando a divindade com o elemento primitivo gerador dos seres, os antigos jônios professavam o hilozoísmo e o panteísmo naturalista. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe sua luz do Sol. Anaxímenes julga que o elemento primordial das coisas é o ar.

Sócrates
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana. Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Em seus pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo. Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano. Conhecemos seus pensamentos e idéias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos. Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas idéias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos. Em função de suas idéias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua popularidade. Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 AC.
Algumas frases e pensamentos atribuídos ao filósofo Sócrates:
- A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.
- A palavra é o fio de ouro do pensamento.
- Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
- É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.
- Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem.
- A ociosidade é que envelhece não o trabalho.
- O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.
- Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.
- Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.
- Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados.
- O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
- A verdade não está com os homens, mas entre os homens.
- Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
- Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.
- Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.
- Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.
- Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.

Atividade

1) Qual era a grande preocupação dos primeiros filosofos?
2) Qual o filosofo considerado o Pai da filosofia? Fale um pouco sobre seu pensamento.
3) Dos Pré Socratcos, qual foi o pensador que mais chamou a sua atenção? Por que?