LinkWithin

Related Posts with Thumbnails

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Teste para saber se você está morrendo

GILBERTO DIMENSTEIN

Teste para saber se você está morrendo

Ter contato humano em torno de uma novidade gera um sentimento de utilidade e, portanto, de juventude
AO INVESTIGAR A ATITUDE de idosos diante da internet, o Datafolha captou uma relação entre o gosto de aprender de idosos e a saúde. Manter a curiosidade, portanto, é percebido como um remédio para o corpo e a mente.
Os entrevistados, todos acima de 60 anos, foram indagados sobre o que sentiam ao fazerem qualquer curso. Algumas das principais respostas: "aumenta a vontade de viver", "faz bem para o corpo", "ajuda a controlar a mente e as emoções". A pesquisa integra a apresentação de uma experiência desenvolvida há nove anos em que idosos aprendem a navegar na internet, ajudados por adolescentes.
Em resumo, evitar o isolamento e ter contato humano em torno de uma novidade -do tricô à internet, passando por idiomas ou pintura- gera um sentimento de utilidade e, portanto, de juventude.
A sensação produzida pelo aprendizado, traduzida nas respostas dadas ao Datafolha, delimita as fronteiras da vida útil: morrer é, em essência, perder a curiosidade e parar de aprender. Se os educadores tivessem clareza dessa noção de morte, não ensinaríamos às crianças apenas a visão pragmática de que se aprende para viver -e não a de que se vive para aprender.


Educam-se as crianças e os jovens para o futuro. Esse é o sentido da pergunta, tão repetida, "o-que-você-vai-ser-quando-crescer?". Os alunos são preparados para fazer provas, passar de ano, passar no vestibular, ter uma profissão e, depois, se reciclarem para manter o emprego.
Encerrada a utilidade do conhecimento, estudar já não faria mais sentido. Por isso, segundo a pesquisa do Datafolha, apenas 12% dos idosos participam de alguma atividade educativa. Condena-se, assim, um indivíduo à morte antecipadamente; afinal, não seria mais produtivo.
Tais sinais são emitidos por todos os lados -na semana passada, tivemos um bom exemplo deles.


Um dos mais notáveis avanços brasileiros -um dos pontos altos de toda a gestão Lula- é o ranking, divulgado na quinta-feira, de todas as escolas públicas, baseado em critérios objetivos e com metas de curto, médio e longo prazos. Parte desse índice é composta por notas de português e matemática, base para os demais aprendizados.
Pela primeira vez, temos índices de qualidade tão detalhados, expondo (o que é ótimo) os casos de sucesso e de fracasso, demandando mais dos professores, das famílias, das comunidades, inclusive dos meios de comunicação. Não podemos, porém, nos iludir: saber matemática e português é o básico dos básicos, mesmo na visão utilitária da educação. É um primeiro passo imprescindível, mas é muito pouco.
Se tudo der certo e atingirmos as metas, em 2022, teremos o padrão educacional do Reino Unido. Tente acompanhar os amargos debates dos ingleses sobre as escolas públicas (que são tão amargos quanto os dos brasileiros) para ver o tamanho do desafio.
Usufruir os benefícios sociais, culturais, econômicos e tecnológicos de uma sociedade implica muito mais do que ir bem nas provas. Implica o desenvolvimento de atitudes. Entre as principais habilidades exigidas para os profissionais estão autonomia de aprendizado, criatividade e empreendedorismo. Não por outro motivo, as empresas investem cada vez mais na formação contínua de seus funcionários.


Melhores escolas são sinônimo de distribuição de renda, crescimento econômico, inovação tecnológica, cidadãos mais atentos e por aí vai. Para a imensa maioria, isso seria o ideal -e, pragmaticamente, é mesmo o ideal, sobretudo vendo a realidade brasileira, com tanta gente que não entende o que lê.
Mas esse ainda é apenas um pedaço do valor da educação, para quem considera que a graça da aventura humana é sentir sempre o gosto da descoberta, independentemente da idade em que esteja.
Daí que envelhecer não deveria ser o fim da vida útil, mas a chance de aprender novas coisas -isso se sabe desde criança.


PS - Um dos fatos mais revoltantes do Ideb -além da mediocridade geral- é a terrível homenagem a um dos maiores educadores de nossa história. A pior escola, localizada no interior do Paraná, chama-se Monteiro Lobato, autor da frase "um país se faz com homem e livros" -um caso de quem viveu para aprender. Sugiro que, até ela melhorar, fique, provisoriamente, com o nome do prefeito ou do governador. Aliás, poderíamos fazer esse tipo de batismo em todo o país, dando o nome dos atuais governantes aos colégios com pior colocação no ranking -talvez a homenagem às avessas servisse de estímulo para que tratassem o ensino público com mais empenho, construindo menos prédios e valorizando mais os professores.
gdimen@uol.com.br

9 comentários:

Anônimo disse...

Mudou minha vida agora sei quando eu vou morrer! mas isso me maguo nao quero morre nao nunca pq e chato a mortenao sou um robo sou humano

Anônimo disse...

eu acho que hoje vou entrar em depresao pq estou morrendo segundo o texto e ele me chamo de robo to triste, mais com raiva achu q vou cortar o meu pulso..

Paulo e luis disse...

Adoramos o texto, muitas vezes não damos valor a vida com isso desreispeitano o proximo seja ele como for nao vemos o lado dos outros so o nosso. Sempre que vemos algo que não está ao nosso alcance apenas desistimos mais fica uma dica, nunca desista a vida é curta e temos q aproveita-la o máximo possivél não sabemos o dia de aamanhã

Mariana e Mayara disse...

O texto fala, que sempre devemos estar aprendendo, descobrindo novas coisas. E tambem que devemos dar valor ao ser, e não o ter, e a fazer coisas que nos motivam.

Lucas Rocha disse...

Que as vezes as pessoa ñ dão valor a vida, mais ñ é assim que deve ser.
Aproveite bem a vida no maximo pois ela é curta e ninguem vai poder ser arrepender no final .

Anônimo disse...

Gatinha assanhada se ta querendo oq ..

quero morrer.
quero morrer

fermento disse...

não li o texto

Anônimo disse...

nao curti o texto nao , acho que vou morrer quando tiver que ser , o fermento , ta ligado , ... a naoo , ele nem leu o texto kkkk

Fernando, Thais e Barbara disse...

tEMOS QUE DAR VALOR A VIDA, aprender o maximo possivel, pois ela é curta